São Paulo, sábado, 19 de agosto de 1995
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Lei não acompanha tecnologia

ESPECIAL PARA A FOLHA

A tecnologia moderna tem sido amplamente usada pelo crime organizado. São interceptações de comunicações, fotocopiadoras de alta resolução que servem para adulterar documentos, microimpressoras de precisão usadas na falsificação de valores, cheques, cartões de crédito e outros.
“O crime organizado tem encontrado formas de burlar o controle das transações econômicas. É o caso dos novos cartões de crédito internacionais com circuito individualizador incorporado (cartões auto-identificáveis), que se acreditava serem à prova de todo o tipo de fraudes”, lembra Raúl Cervini.
Segundo ele, os especialistas do crime desenvolveram um aparelho que decifra o circuito individualizador, e permite a sua reprodução perfeita num cartão falsificado.
Mas se os criminosos conseguem adaptar-se rapidamente às constantes mudanças, o mesmo não ocorre com as leis. Quando o legislador vai trabalhar em cima da realidade econômica ela já não se encontra mais no patamar que se pretendia regulamentar.
“Só o legislador com profundo conhecimento da realidade econômica pode prever as possíveis mutações de seus mecanismos. Senão combate apenas os sintomas e nunca chega a tipificar adequadamente os delitos”, alerta Cervini.

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