São Paulo, sábado, 19 de agosto de 1995
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Reformas no ensino

O projeto de reforma no ensino público estadual paulista traz propostas importantes para a adequação da rede às mudanças socioeconômicas das últimas décadas.
Parte-se de quatro constatações: 1) a migração intensa para o interior do Estado não foi acompanhada pela ampliação do atendimento escolar na região; 2) na Grande São Paulo o número de escolas é satisfatório, mas a qualidade é desigual; 3) tão séria quanto a falta de recursos é sua má alocação; e 4) o modelo centralizado de gestão das escolas não atende às demandas.
Assim, o projeto prevê inicialmente a interiorização da rede, com a construção de novas escolas. Para a qualificação do atendimento escolar programa-se a capacitação de professores e diretores e o fornecimento de material didático a alunos de pré-escola até a 4ª série. Aqui, a observância de critérios técnicos é imprescindível, pois supostas assessorias e setores mais agressivos da indústria do livro têm drenado para si boa parte das verbas.
O projeto prevê ainda o controle informatizado de alunos matriculados e de seu percurso escolar. Junto com estratégias pedagógicas de acompanhamento dos repetentes, esse instrumento permitirá combater a repetência e a evasão.
Por fim, a municipalização da educação, necessária à eficiência dos serviços, enfrentará obstáculos políticos para seu financiamento, e a separação das escolas por séries pode criar transtornos. Devem ser preparadas com cuidado. Se implementadas com eficiência, tais medidas poderão neutralizar parte do déficit educacional no Estado.

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