São Paulo, domingo, 20 de agosto de 1995 |
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Detetives investigam corrupção nos EUA
FERNANDO CANZIAN
Financiada com dinheiro de fundações norte-americanas sem fins lucrativos, a Project on Government Oversigth é uma delas. Ela é responsável pela investigação e denuncia de cinco a dez casos de corrupção todos os anos. A agência tem uma equipe de detetives que procura dar consistência a denúncias. Na maioria das vezes, essas denúncias chegam de forma anônima. Há dois anos, o órgão reuniu provas e divulgou na imprensa denúncias de malversação de verbas públicas em um dos maiores projetos científicos dos EUA, o de um acelerador de partículas atômicas no Texas, que consumiria US$ 11 bilhões. Foi a gota d'água que acabou levando o governo dos EUA a abandonar o projeto no meio. Em outra ocasião, a Project fotografou funcionários do Departamento de Comércio dos EUA tomando sol nas Bahamas quando deveriam estar em uma missão estritamente comercial pelos países do Caribe. Neste momento, a Project está envolvida nas investigações em torno do secretário de Comércio do EUA, Ron Brown, sob suspeita de ter favorecido empresários do Vietnã em benefício próprio. ``A chave para combater a corrupção no setor público são as denúncias. É preciso despertar a ira da população ao ponto de obrigar os governos a criarem leis que impeçam homens públicos de usar seus cargos para encher seus bolsos", disse, em entrevista à Folha de Washington, Keith Rutter, diretor do Project on Government Oversigth. Informado sobre o episódio que causou a saída do ex-secretário de Acompanhamento Econômico, José Milton Dallari, Rutter afirmou que, caso sejam confirmadas as suspeitas, o caso deveria servir de base para o poder legislativo aperfeiçoar o controle sobre funcionários públicos. Segundo Rutter, as primeiras leis norte-americanas sobre o assunto surgiram no final do século passado e acabaram sendo aperfeiçoadas com o tempo. ``O aperfeiçoamento da corrupção foi feito se emendando as leis ao longo dos anos", disse Rutter. Texto Anterior: A mesma dança, meu boi Próximo Texto: Econômico protegeu ACM, afirma PF Índice |
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