São Paulo, domingo, 20 de agosto de 1995
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'Fantasma' serviu o PFL-BA

XICO SÁ
DO ENVIADO ESPECIAL

A Polícia Federal concluiu que o correntista fictício Hugo Tavares Freire Filho abasteceu a campanha eleitoral do PFL da Bahia na eleição para o governo do Estado (1990), utilizando um modelo de financiamento que ficou famoso no país durante o caso PC/Collor.
Documentos obtidos pela Folha junto ao Banco Central e PF afirmam que o Econômico desrespeitou as normas do BC ao eliminar cópias de cheques e microfilmes.
Para a PF, a atitude é "singular e possivelmente criminosa".
O delegado Roberto das Chagas Monteiro, que dividiu as investigações com Paulo Lacerda, relaciona também no inquérito a cópia de um ofício enviado por ACM ao então ministro da Justiça, Maurício Corrêa, em 93.
No texto, o então governador da Bahia recomenda ao ministro que mande investigar as contas de campanha de outros políticos baianos, todos adversários.
ACM conta, no ofício de 13 de abril de 1993, que tem recebido o apoio de "dezenas de deputados federais e estaduais" e pede que sejam apurados "os negócios de Nilo Coelho", ex-governador da Bahia, do seu irmão Silvio Roberto Coelho e do ex-deputado federal Joacy Fonseca Góes.
O então governador baiano informa que havia autorizado o presidente da Assembléia Legislativa do Estado naquela época, o seu aliado político Antonio Imbassahy, a examinar as suas contas bancárias.
A autorização, segundo o ofício de ACM, valia também para que o Ministério da Justiça investigasse a sua vida financeira.
Não foram abertas as investigações solicitadas pelo atual senador do PFL da Bahia. Apenas uma medida foi tomada naquele mesmo ano pelo governo federal: o delegado da PF Roberto das Chagas Monteiro, que investigava o caso, foi afastado do inquérito.
O delegado disse que o governo tinha atendido a um pedido de ACM para afastá-lo. O então governador negou qualquer participação no episódio.

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