São Paulo, domingo, 20 de agosto de 1995
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Senador e banqueiro não são íntimos

CYNARA MENEZES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Antônio Carlos Magalhães e Ângelo Calmon de Sá nunca foram amigos muito próximos. Consta que o senador sempre se empenhou em criar empecilhos para as ambições políticas do banqueiro.
As relações entre os dois começaram em 1970, quando ACM foi indicado pelo então presidente Emílio Garrastazu Médici (1969-1974) para ser governador da Bahia.
Sabendo de sua nomeação, Antônio Carlos Magalhães tratou de se relacionar bem com Calmon de Sá, secretário da Fazenda do governador Luiz Viana Filho (1967-1971) nos últimos meses, para que deixasse um bom caixa para seu futuro governo.
Em 1973, estiveram juntos novamente, quando Calmon de Sá apoiou o já governador ACM na luta contra a venda acionária do Banco da Bahia ao Bradesco, que acabou se concretizando.
Na Bahia, comenta-se que mesmo para a presidência do Econômico ACM sempre preferiu outro nome: o do irmão de Ângelo, Frank Sá, este sim seu amigo pessoal, que presidiu o banco durante o governo Ernesto Geisel (1974-1979) e hoje é membro do Conselho Administrativo.
Herdeiro de um grupo financeiro, Ângelo Calmon também tinha raízes políticas.
Seu avô materno foi governador da Bahia de 1924 a 1928, e um tio foi deputado federal. ACM nunca o ajudou a se lançar eleitoralmente.

Gratidão
O que teria fortalecido a relação entre os dois seria uma dívida de gratidão do atual senador para com o banqueiro, que o financiou no início de sua carreira como empresário, quando adquiriu a imobiliária Santa Helena.
No ano passado, Ângelo também teria comandado a arrecadação de recursos para a campanha vencedora de Paulo Souto ao governo da Bahia, candidato apoiado por ACM a sua própria sucessão.

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