São Paulo, domingo, 20 de agosto de 1995 |
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José Dirceu deve assumir presidência do PT
CARLOS EDUARDO ALVES
Depois de muita indefinição, a ala "esquerda" do partido indicou Hamilton Pereira, membro da Executiva nacional, como adversário de Dirceu, candidato do grupo de "centro" da legenda. O único nome que poderia ameaçar o favoritismo de Dirceu era o do também ex-deputado Plínio de Arruda Sampaio. Até há pouco tempo um dos expoentes da ala moderada do PT, Plínio teve sua candidatura lançada pela extrema-esquerda petista, mas na sexta-feira anunciou a líderes do partido que não iria para a disputa. Se confirmar o favoritismo, Dirceu enfrentará uma oposição dura das alas mais à esquerda. A restrição a ele, avaliado no PT como dono de um estilo implacável com os adversários internos, pode ser medida pela reação dos grupos radicais no primeiro dia da convenção petista, na sexta-feira, em Guarapari (ES). Os mais variados setores do esquerdismo do PT conseguiram chegar a um texto único na hora de votar a tese (orientação para a política do partido) na convenção. O temor do estilo trator de Dirceu gerou a união da esquerda do PT, que perdeu a votação da tese por apenas dois votos. Para chegar à vitória, Dirceu teve que contar com o apoio do grupo do deputado José Genoino, rotulado como ``direita" no espectro da legenda. Na eleição de hoje, qualquer que seja o adversário, Dirceu terá os votos (estimados entre 15 e 20) do setor ligado ao deputado estadual paulista Rui Falcão. Falcão, que há dois anos liderou a virada à esquerda na cúpula do PT, rompeu com os grupos mais ortodoxos do partido e está se aproximando de Dirceu e Lula. Texto Anterior: Diretoria zerou contas antes da intervenção Próximo Texto: Dois votos derrotam esquerda Índice |
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