São Paulo, domingo, 20 de agosto de 1995 |
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Dois votos derrotam esquerda
CARLOS EDUARDO ALVES
Todas as propostas das alas mais radicais acabaram derrotadas na convenção nacional, mas por pouco. As propostas da esquerda perderam por apenas 2 votos, num colégio de 386 delegados. Mesmo em queda no PT, as alas de ``esquerda" e ``extrema esquerda" contam com quase a metade dos delegados da convenção. Nenhuma corrente radical do PT tem um nome conhecido na sociedade. Mesmo os grupos que elegem parlamentares o fazem com votações modestas. São os casos, por exemplo, dos deputados federais por São Paulo Arlindo Chinaglia (ala "Hora da Verdade") e Ivan Valente ("Força Socialista"). A falta de personalidades conhecidas é exemplificada ainda pelo barulhento grupo trotskista "O Trabalho". Com uma incompatibilidade persistente com as urnas nas eleições parlamentares, a ala detém aproximadamente 5% do poder no PT. "O Trabalho" sofre atualmente críticas até de aliados da ``extrema esquerda" por causa da campanha que faz para que o partido assuma a defesa da convocação de uma Assembléia Nacional Constituinte. O monopólio de propostas polêmicas, no entanto, não é do grupo trotskista. A tese-guia sobre o momento político, apresentada pela ``esquerda" e ``extrema esquerda" na sexta-feira, exemplifica o raciocínio do setor. O texto foi defendido no plenário da convenção pelo deputado federal Tilden Santiago (MG) e por João Pedro Stedille (líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). O texto propunha que o PT lutasse por um plebiscito sobre o acordo do Mercosul. A tese também defendia que o partido abrisse o debate sobre limitação do número de mandatos de parlamentares. Uma greve geral contra o "neoliberalismo" também foi proposta pelo setor ortodoxo. No texto, outra bandeira que estava sepultada: moratória da dívida externa. Texto Anterior: José Dirceu deve assumir presidência do PT Próximo Texto: FHC se diz disposto a conversar com ACM Índice |
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