São Paulo, domingo, 20 de agosto de 1995
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Capoeirista ensina atores de Hollywood

DANIELA FALCÃO
DE NOVA YORK

Para o capoeirista Jelon Vieira, 42, 1996 será o ano mais importante em seus 20 de Estados Unidos. ``Vai ser o ano da explosão da capoeira, tenho certeza. Pode escrever o que estou dizendo."
Jelon afirma que sua convicção vem da experiência que teve com alunos das ``high schools" (escolas de 2º grau dos EUA) em 95.
``Tanto alunos quanto professores ficam fascinados com as palestras e aulas de capoeira. Como a melhor forma de fazer alguma coisa virar mania é torná-la popular entre os jovens, estamos com a faca e o queijo na mão."
Jelon calcula que já tenha dado palestras para mais de 10 mil americanos sobre capoeira. A maioria em universidades e escolas.
``Já fui para quase todos os Estados dos EUA convidado por escolas. Na Califórnia está acontecendo um `boom' de academias novas. É impressionante."
Para Jelon, os americanos têm jeito para capoeira, principalmente os negros e latinos.
``Já formei vários alunos nascidos aqui e que hoje têm suas próprias academias. Eles são americanos, mas nenhum deles é branco. Mas acho que é só uma questão de tempo: assim que houver mais divulgação, vão aparecer uns com ginga, como no Brasil."
A academia de Jelon em Nova York fica no coração financeiro da cidade, perto de Wall Street e do World Trade Center.
``É engraçado estar no meio da agitação. Todo mundo de terno e gravata, e a gente de calça de capoeira e sem camisa."
``Meu primeiro aluno famoso foi Mel Gibson. Ele queria aprender um pouco de capoeira para facilitar seu trabalho em `Máquina Mortífera'. Em 93, fiz a coreografia para `Bumerangue', filme de Eddie Murphy. Mas no fim, todas as cenas de capoeira foram cortadas", lamenta.
Jelon diz que Murphy era empenhado, mas precisava de dublê para as cenas mais rápidas. ``Faltava velocidade. Já Snipes era quase perfeito. Foi um bom aluno."

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