São Paulo, domingo, 20 de agosto de 1995 |
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Econômico enfrenta fuga de fundos desde fevereiro
GABRIEL J. DE CARVALHO
Entre 27 de fevereiro e 11 de agosto, o dia da intervenção do Banco Central, a queda do patrimônio líquido somado desses fundos foi de 78,27%. Quando isso acontece numa aplicação que rende juros é sinal de saques volumosos de dinheiro. No final de fevereiro, esses dois fundos apresentavam, juntos, patrimônio líquido de R$ 608,96 milhões -para um total de R$ 21,26 bilhões, na mesma época, no conjunto das instituições na modalidade commodities. Em 28 de abril o patrimônio dos fundos de commodities 3 e 4 do Econômico já era de R$ 491,24 milhões, em 30 de junho de R$ 250,38 milhões, em 28 de julho de R$ 188,94 milhões e no dia da intervenção, de R$ 132,34 milhões. Há normalmente uma migração de recursos entre os vários tipos de fundos, para outras aplicações como o CDB e para o consumo, mas nesse período de pouco mais de cinco meses o patrimônio total dos fundos de commodities cresceu 6,40%. Evoluiu de R$ 21,26 bilhões para R$ 22,62 bilhões, conforme dados da Associação Nacional dos Bancos de Investimento. Isso confirma que a fuga de recursos dos fundos de commodities do Econômico foi atípica, certamente relacionada às informações que circulavam desde dezembro sobre a saúde financeira da instituição. Nos dois outros fundos mais representativos do Econômico, o de curto prazo e o antigo FAF, houve aumento do patrimônio líquido entre o final de fevereiro e 28 de julho. O crescimento foi de 24,26% e 40,44%, respectivamente. Apesar da rentabilidade mais baixa, esses fundos oferecem maior liquidez (possibilidade de saque a qualquer dia, sem perda de rendimento), o que pode explicar o crescimento do patrimônio. Mas em agosto, até o dia da intervenção, a tendência se inverteu e estes também perderam recursos. O patrimônio do fundo de curto prazo caiu 34,38% em apenas duas semanas: R$ 57,62 milhões em 28 de julho e R$ 37,81 milhões em 11 de agosto. Já o patrimônio do FAF recuou de R$ 128,94 milhões para R$ 111,01 milhões no início de agosto, com queda de 13,91%. Os fundos de renda fixa tradicionais e os do tipo DI (Depósito Interbancário), com patrimônios bem menores, também mostraram queda, de 25% e 38,82%, respectivamente, nas duas primeiras semanas deste mês. Texto Anterior: Sistema financeiro e governabilidade Próximo Texto: Cotistas devem receber, mas com perdas Índice |
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