São Paulo, domingo, 20 de agosto de 1995
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Disputa de vagas é feita `no braço'

FERNANDO CANZIAN
DA REPORTAGEM LOCAL

Os estivadores de Santos têm de se espremer diariamente perto do cais do porto para obter uma senha que lhes dará direito ao trabalho.
É um dirigente do Sindicato dos Estivadores quem distribuiu as senhas. Há sempre um número menor vagas em comparação ao de estivadores em busca de trabalho.
O agente distribui as senhas somente a quem tem uma carteirinha do sindicato. Ela deve ser sacudida na ponta do braço na hora da distribuição das vagas -que, também quase sempre, saem para os trabalhadores sindicalizados há mais tempo.
Depois de escolhidos, os estivadores trabalham somente em regime de ``ternos", em grupos de 10, 12 ou 18 pessoas. Mesmo que uma empresa precise apenas de cinco estivadores, é obrigada a contratar um ``terno" completo.
A remuneração da estiva é diária. Paga-se R$ 9,00 por dez horas de trabalho e um adicional para cada cem toneladas de produtos embarcados ou retirados dos navios.
O adicional é pago a cada trabalhador e varia com a dificuldade do trabalho. É de R$ 2,02 para granéis, R$ 7,50 para contêineres e de R$ 20,00 para sacaria.
Osvaldo Rissi, 45, estivador há 25 anos em Santos e portador da carteirinha número 402 do sindicato, diz ser ``praticamente impossível" ganhar mais do que R$ 1.700,00 ao mês nesta profissão.
(FCz)

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