São Paulo, domingo, 20 de agosto de 1995
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Gea do Brasil alcança padrão mundial

DA REPORTAGEM LOCAL

O que levaria um fabricante de bens de capital sob encomenda a investir US$ 100 mil para obter a certificação ISO 9001 (a norma mais completa da série ISO 9000), que contempla inclusive projeto?
Entre outras razões, conseguir padronização internacional, condição indispensável para competir e sobreviver nos mercados competitivos que surgiram com a derrubada das barreiras comerciais.
A resposta foi dada por Francisco A. Marcondes de Faria, gerente industrial da Gea do Brasil, na última segunda-feira, em palestra no auditório da Folha, na série ``A Busca da Qualidade Total".
``Visualizamos competir com a matriz em algumas coisas e então partimos para conseguir a ISO, uma garantia de qualidade que nos credencia além das fronteiras nacionais", disse Faria.
A matriz da Gea fica na Alemanha e a do Brasil está situada em Franco da Rocha (SP). A indústria tem 200 funcionários, fabrica trocadores de calor e tem a Petrobrás como principal cliente.
Empresa de engenharia com tecnologia de ponta no ramo metalúrgico, a Gea do Brasil faz um projeto para cada pedido que recebe.
Conforme o gerente industrial, por não fabricar produtos em série, se torna difícil medir os custos da qualidade. Mas mesmo assim ele arrisca uma tentativa.
``O custo da qualidade será sempre menor que o custo da não-qualidade", afirmou. Os US$ 100 mil gastos pela Gea referem-se aos recursos despendidos em treinamento, manuais e pagamento do instituto certificador.
No entanto, explicou Faria, este cálculo é aleatório, porque muitos ajustes são feitos sem que se tenha como contabilizá-los.
Antes mesmo de obter um certificado que comprove sua qualidade, a empresa tem de apresentar algumas características básicas para que seja considerada uma empresa de sucesso.
Na opinião do executivo, os produtos ou serviços dessa empresa devem: satisfazer os clientes, atender aos requisitos da sociedade, refletir as necessidades do meio ambiente e estar disponíveis por preços competitivos.
``Para chegar à qualidade é fundamental desenvolver estratégias que possibilitem reduzir falhas e inspeções e produzir certo já na primeira vez", disse Faria.
A empresa deve estipular metas sempre, mesmo que não sejam cumpridas. Conforme o gerente, o mais importante é o planejamento.
Considerando que para cada falha existe uma causa, Marcondes de Faria alertou para a necessidade de prevenir. O custo da prevenção será sempre menor que o reparo.
Para isso, prosseguiu, a empresa deve qualificar seus fornecedores e apoiá-los na busca da qualidade.
O executivo da Gea alertou para um detalhe esquecido pela maioria das empresas brasileiras: a inspeção do produto durante o transporte e o armazenamento no campo.
``De que adianta fabricar o melhor produto se o cliente não guardá-lo em condições adequadas, ou então o transportador deixá-lo preso sob o viaduto?", questionou.

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