São Paulo, domingo, 20 de agosto de 1995
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Corinthians começa como favorito, de novo

ALBERTO HELENA JR.
DA EQUIPE DE ARTICULISTAS

Ninguém, em seu juízo normal, espera que o Corinthians inaugure sua participação no Campeonato Brasileiro, nesta tarde, arrasando o Bragantino.
Afinal, o nível de adrenalina do campeão deve ter baixado muito depois das sucessivas conquistas da Copa do Brasil e do Campeonato Paulista.
Além do mais, perdeu Bernardo, que pode não ser um craque refinado, mas que funcionava como uma espécie de âncora do meio-campo, um ponto de referência para a sua defesa e seus parceiros de armação.
Embora já veterano no Parque, ainda que jovem, Marcelinho Souza não se ajustará assim de uma hora para outra. Mesmo porque seu futebol quase nada tem a ver com o de Bernardo. Mais leve, ágil, um tom acima na escala da técnica individual, sente-se mais atraído pelas jogadas de ataque do que pela cobertura dos zagueiros. Parece pouco mas não é. E alguns sinais desses problemas foram emitidos durante o amistoso contra o São Paulo, no meio de semana, mesmo descontando-se o fato de que o Corinthians, então, jogou muito desfalcado.
Em todo caso, o Corinthians entra mais uma vez em campo como favorito. Mas isso não é novidade.

O velho Zagallo anda agora às voltas com os meninos, quem diria. E, mais uma vez, a proverbial sorte de Zagallo salta boca da cena. Afinal, não me lembro de um momento na história do nosso futebol em que brilhassem tantos jovens, em todos os setores de uma equipe, como agora. Com a vantagem de que o êxodo já crônico de nossos craques consagrados abriu espaço para que essa garotada se transformasse em um seleto grupo de titulares nos seus respectivos times, o que lhes confere, além de mais experiência, melhor ritmo de jogo e preparo físico.
Olha, assim de cabeça, correndo o risco de errar nas contas da idade deste ou daquele, pode-se armar uma seleção olímpica para disputar mesmo a medalha de ouro.
Por exemplo: Danrlei ou Dida; Rodrigo, André Santos, Narciso e Zé Roberto; Zé Elias, Beto, Souza e Juninho; Caio e Sávio. Se procurarmos com mais afinco, poderemos ainda fazer um segundo time, de qualidade similar, com os Andrés, Denílsons e Marques que andam por aí.
Bons ventos, bons tempos.

A volta de Gilmar ao Morumbi e a chegada de Pedro Luís, mais a recuperação de André, sugerem uma solução de alto nível para o maior problema tricolor nos último tempos: a formação de sua linha de quatro zagueiros.
Fica faltando ainda um lateral-direito mais sólido do que Pavão, mais hábil do que Cláudio.
Mas aí já é querer demais...

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