São Paulo, domingo, 20 de agosto de 1995
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Emissora seleciona julgamentos que irão ao ar

DANIELA FALCÃO
DE NOVA YORK

Para escolher os julgamentos que irão ao ar, funcionários da Court TV (a cabo) assistem a milhares de audiências por ano.
``Todos os dias, acontecem dezenas de julgamentos que poderiam ser transmitidos pela Court TV. Com ajuda de nossos advogados e jornalistas espalhados pelo país inteiro, fazemos uma triagem inicial dos casos que estão prestes a serem julgados com apelo de público", afirma Lynn Rosenstrach, diretora de Relações Públicas da emissora.
``Analisamos vários aspectos. O principal é o interesse que o que está sendo julgado possa ter para o público. Se o réu ou a vítima for famosa, há 99% de chances de cobertura", diz Rosenstrach.
Segundo ela, a duração do julgamento e o valor educativo também são levados em conta na hora da escolha.
``Um julgamento que demore mais de dois meses para ser concluído tem poucas chances de ir ao ar porque o público dificilmente segue uma história por tanto tempo. A não ser que seja um caso como o de O. J. Simpson", diz.
Rosenstrach afirma que, apesar de o julgamento do ex-jogador de futebol (acusado de matar a ex-mulher e um amigo dela) não ser educativo e ter possibilidade de se arrastar por mais um ano, vale a pena dar tanta atenção pela ``comoção pública" do caso.
A equipe que seleciona os casos também tem que levar em conta as leis estaduais do local onde acontecerá o julgamento, já que as leis sobre televisionamento de audiências variam de Estado para Estado.
Na Flórida, por exemplo, o júri pode ser filmado pelas câmaras de televisão. Já na Califórnia (onde acontece o julgamento de O. J. Simpson), não é permitido.
``Julgamentos em Estados com legislação mais liberal, como a Flórida, têm mais chance de serem televisionados porque o público gosta de ver o rosto e a reação dos jurados, imaginar o que eles estão pensando", diz.
(DF)

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