São Paulo, terça-feira, 22 de agosto de 1995
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Proposta é acanhada e míope, diz Fiesp

ANTONIO CARLOS SEIDL
DA REPORTAGEM GERAL

A Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) fez duras críticas à proposta de reforma tributária anunciada ontem pelo presidente Fernando Henrique Cardoso. Para a entidade, a proposta é ``tímida", ``acanhada", ``hermética" e ``míope".
Carlos Eduardo Moreira Ferreira, presidente da Fiesp, chamou a proposta de ``tímida". Ele atribuiu suas deficiências às dificuldades políticas do governo para propor uma reforma mais ampla.
Ele disse, porém, que o governo deu o pontapé inicial para um grande debate no Congresso Nacional em busca de uma reforma tributária mais ``abrangente".
Segundo ele, a Fiesp vai continuar a ``lutar" por sua proposta. A Fiesp defende a reforma tributária proposta pela (Fipe) Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, da Universidade de São Paulo.
A proposta da Fipe é apoiada pela Ação Empresarial Integrada (que representa todas as entidades empresariais do país), pela CUT (Central Única dos Trabalhadores) e pela Força Sindical.
Segundo essa proposta, o número de impostos seria reduzido para seis, que incidiriam sobre três bases de tributação: a renda, a propriedade e o consumo.
Ruy Altenfelder Silva, coordenador do Conselho Superior de Orientação Política e Social da Fiesp, disse que a proposta governamental é ``extremamente tímida". Ele acredita que a proposta será bastante modificada durante uma tramitação ``lenta, porém densa" no Congresso Nacional.
Mario Bernardini, membro do Grupo Permanente de Política Industrial da Fiesp, disse que a proposta é traz apenas uma reforma ``semântica". ``Espero que o Congresso faça aquilo que lhe compete transformando a proposta míope do governo em uma reforma tributária digna do nome", disse.
Adauto Ponte, diretor da Fiesp, disse que a proposta governamental é ``acanhada" e ``hermética". Segundo ele, a proposta destrói o federalismo e concentra a renda.

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