São Paulo, quarta-feira, 23 de agosto de 1995
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Estudo desaconselha cirurgia na próstata

DA REDAÇÃO

Cientistas da Universidade de Connecticut (EUA) concluíram que idosos com formas menos agressivas de câncer na próstata estariam melhores se recebessem pouco ou nenhum tratamento.
Nesses casos, cirurgias para retirar o órgão não são recomendáveis, afirmam os pesquisadores na edição de hoje da revista da Associação Médica Americana.
Peter Albertsen, chefe da equipe de pesquisadores, disse que foram examinados os históricos médicos de 451 homens que tiveram câncer na próstata entre 1971 e 1976. Os homens tinham entre 65 e 75 anos na época do diagnóstico.
Segundo os pesquisadores, os tumores na próstata em sua forma menos agressiva praticamente não reduziram a expectativa de vida dos pacientes.
A pesquisa, afirmam os autores, é provavelmente a primeira análise de dados de pacientes tratados de forma conservadora (à base de hormônios) realizada nos EUA.
Os pesquisadores acompanharam os pacientes por um período médio de 15,5 anos.
Ao final desse período, 411 homens (91%) tinham morrido. Nesse total, o câncer na próstata foi responsável por 154 mortes. Outras causas mataram 257 homens (inclusive causas desconhecidas).
Nos homens diagnosticados com formas mais agressivas da doença, os tumores foram responsáveis por uma diminuição de seis a oito anos na expectativa de vida.
Segundo Albertsen, “46% dos homens diagnosticados com formas mais agressivas de câncer morreram da doença em 10 anos, e 51% morreram em 15 anos”.
Mas nenhum homem que tinha formas menos agressivas da doença morreu devido ao câncer nos primeiros sete anos.
Ao final do período de 15 anos, a mortalidade acumulada devido às formas menos agressivas do câncer foi de apenas 9%.
Cerca de 24% dos homens diagnosticados com formas intermediárias do câncer morreram no período de dez anos; 28%, no período de 15 anos.
Segundo o pesquisador, “homens de 65 a 75 anos que foram diagnosticados com formas menos agressivas de câncer na próstata aparentemente não apresentaram nenhuma redução em sua expectativa de vida se comparados com a população em geral. Por isso, nosso estudo sugere que tratamentos mais fortes não são necessários”.

Crianças
Crianças com coceira e pele vermelha causadas pela doença chamada dermatite atópica (ou eczema) têm mais problemas para dormir, diz estudo publicado pela Associação Médica Americana.
Cientistas da Universidade de Pittsburgh (Pensilvânia, EUA) compararam o sono de 59 crianças com dermatite atópica ao de 675 crianças sem a doença.
As crianças com idade entre 5 e 12 anos que tinham a doença demonstraram maiores problemas para dormir e sono mais leve, com interrupções durante a noite.
Segundo a pesquisa, um dos motivos para isso pode ser o hábito de se coçar durante a noite.
A dermatite atópica costuma aparecer em bebês com tendência hereditária a alergias.

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