São Paulo, quarta-feira, 23 de agosto de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Presidente pede a tucanos apoio ao FSE

GABRIELA WOLTHERS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso fez um apelo aos senadores do PSDB para que o Congresso aprove o FSE (Fundo Social de Emergência). Para ele, o fundo é vital para a estabilidade do Plano Real e a sua rejeição desequilibraria as contas públicas em 1996.
Em jantar com a bancada tucana no Senado, FHC voltou a negar que tenha feito acordo para estatizar o Banco Econômico. O jantar ocorreu no apartamento do senador Pedro Piva (SP), em Brasília.
Segundo os parlamentares presentes, ele disse que uma das tarefas mais difíceis da Presidência é a responsabilidade de tomar decisões ``na solidão do poder".
O presidente defendeu os principais pontos da reforma tributária, como a isenção às exportações e aos insumos agrícolas. Disse que permitirá que consumidores e agricultura paguem menos impostos.
Aos que acham a reforma tímida, FHC mandou um recado -o Congresso é livre para ampliá-la. "O presidente disse que o texto que será enviado foi o limite conseguido pelo governo após negociações com os governadores, mas que o Congresso tem poderes para ampliá-lo o quanto quiser", disse o senador Carlos Wilson (PE).
O governo enviou ao Congresso emenda constitucional prorrogando o FSE até 1999. O fundo libera 20% da arrecadação de impostos das vinculações previstas na Constituição, permitindo que o governo gaste esses recursos em outras áreas -em 1995, o FSE conta com R$ 20,15 bilhões.
A prorrogação do FSE vem sendo criticada pelos senadores José Sarney (PMDB-AP) e Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA). Neste ano, o fundo foi usado até para pagar a goiabada consumida no Palácio do Planalto. "O presidente deixou claro que, se o FSE for rejeitado, o Real não sobrevive em 96", disse Jefferson Peres (AM).
``O FSE é vital porque o equilíbrio nas contas do governo é apertado e a sua extinção vai desequilibrar o Orçamento", disse o líder do PSDB, Sérgio Machado (CE). Segundo Machado, FHC disse que o fundo é a ponte que o governo tem até que a reforma tributária tenha efeito prático: ``Sem o fundo, será cortada uma fonte de receita indispensável do governo".

Texto Anterior: STF confirma cassação de deputado do PP
Próximo Texto: Ex-militares punidos em 64 pedem compensações
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.