São Paulo, quarta-feira, 23 de agosto de 1995
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Andrade critica discriminação

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O deputado Paes de Andrade (PMDB-CE) diz que sua viagem a Mombaça foi ``um ato de amor" e que é chamado de ``presidente Mombaça" por discriminação.

Folha - O PMDB dará apoio incondicional ao governo ou se manterá independente, se o sr. for o presidente?
Paes de Andrade - Como presidente do PMDB eu tenho que dar cumprimento às decisões da direção nacional.
Folha - Como o sr. vai encaminhar a votação das reformas se a posição do partido for diferente da posição do governo?
Andrade - Devo colocar a minha posição pessoal, mas a decisão definitiva é da maioria. Uma coisa é a postura do deputado Paes de Andrade, que votou contra a quebra do monopólio do petróleo e das telecomunicações. Votei em sintonia com o programa do PMDB. Não me considero um dissidente.
Folha - Seu adversário tem apoio do presidente do Congresso, José Sarney, e do ex-presidente do partido Orestes Quércia. Como pretende enfrentar essa estrutura?
Andrade - É uma montanha que tenho de escalar. Esperava que o presidente Sarney guardasse a postura de magistrado, não se envolvendo com as candidaturas. Quanto a Quércia, acho estranho que adote a candidatura do companheiro Jáder com tanto empenho.
Folha - Como o sr. explica o episódio de Mombaça? (Quando ocupou interinamente a Presidência da República, em fevereiro de 89, Andrade usou o avião oficial para viajar à sua terra natal com amigos.)
Andrade - Se eu tivesse ido à terra de meus avós, Campos Sales (CE), afastaria qualquer propaganda negativa, porque é o nome do presidente Campos Sales. Mas Mombaça tem a marca de uma importante cidade da África.
O governo só gastou, com a viagem, a gasolina de duas horas de vôo. Feliz do homem público que, após 40 anos de mandato popular, pese contra ele apenas o fato de ter visitado a sua terra natal.

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