São Paulo, quarta-feira, 23 de agosto de 1995
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Líderes de organizadas têm aulas com PMs

MÁRIO MOREIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Os chefes de algumas das principais torcidas organizadas de São Paulo voltaram aos bancos escolares anteontem à noite.
Razoavelmente comportados -às vezes, falavam dois ou três ao mesmo tempo-, eles assistiram à aula inaugural do curso para a formação de brigadas de emergência promovido pelo 2º Batalhão de Choque da Polícia Militar.
O curso, que tem encontros diários das 19h30 às 22h, foi idealizado pelo tenente-coronel Carlos Alberto de Camargo, comandante do batalhão, responsável pelo policiamento nos estádios da capital.
O objetivo é dar aos chefes de torcida parte da responsabilidade pela orientação e assistência aos torcedores em situações como brigas e incêndios nos estádios.
No primeiro dia, foram ministradas duas aulas: a de ética, chefia e liderança e a de trânsito de emergência em estádios.
Até 1º de setembro, os alunos terão também aulas de legislação básica, socorros de emergência, educação moral, noções básicas de bombeiro e medicina legal.
As aulas do primeiro dia acabaram girando em torno da briga entre são-paulinos e palmeirenses no Pacaembu e da responsabilidade das organizadas pela violência.
``Queremos canalizar a energia dos chefes de torcida para um lado bom e aceitável pela sociedade", afirmou o capitão Cleodir Fioravanti, responsável pela aula de ética, chefia e liderança.
O aluno que mais participou foi o presidente da Gaviões da Fiel, torcida do Corinthians, Paulo Eduardo Romano, o Jamelão, 24.
Ele disse que os próprios chefes de torcida estão ``cansados de confusão", mas afirmou que os meios de comunicação só mostram o ``lado negativo" das organizadas.

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