São Paulo, segunda-feira, 28 de agosto de 1995
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Liberal defende reserva; petista quer abrir

DA REPORTAGEM LOCAL; DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A abertura do setor de comunicação ao capital externo não está na pauta do dia do Congresso Nacional, e os parlamentares se dividem a respeito.
O deputado federal Jaques Wagner (PT-BA), 44, líder de seu partido na Câmara, é a favor da abertura. ``Não vejo maiores problemas, sinceramente, se o Estado tiver regras para preservar os interesses da sociedade", diz.
Para Wagner, ``a qualidade da notícia nada tem a ver com quem é o dono da empresa. O capital ser de fora pode fazer com que a qualidade da notícia até melhore".
O deputado Roberto Campos (PPR-RJ), 78, é a favor de ``liberalizar sem nenhuma limitação".
``Temos de deixar a escolha à soberania do consumidor. Mas há várias coisas mais importantes para se corrigir antes. Seria uma das últimas coisas que eu me preocuparia em mudar", diz Campos.
O deputado Marcelo Barbieri (PMDB-SP), presidente da Comissão de Ciência, Tecnologia, Comunicação e Informática, diz não ter uma posição sobre o assunto.
``Há outros projetos prioritários e mais polêmicos como a nova Lei de Imprensa e a regulamentação da quebra do monopólio estatal nas telecomunicações", diz Barbieri.
Já o deputado Arolde de Oliveira (PFL-RJ), também integrante da comissão, diz que a atual legislação é ``ótima" do jeito que está.
``É desnecessária qualquer mudança", afirma o deputado.
Milton Temer (PT-SP) é outro que faz parte da comissão e é contra a abertura. Temer justifica sua posição por uma defesa da ``preservação dos valores culturais nacionais".
``Nessa época de globalização selvagem, se uma nação não mantém a sua identidade cultural, ela está liquidada", diz o petista.
Temer diz que sua posição não difere da adotada pelo G-7 (o grupo de sete países mais ricos do mundo). ``Os Estados Unidos, a selva do capitalismo, restringem a participação de estrangeiros no setor de comunicação a 20% do capital acionário", afirma.
Wagner Rossi (PMDB-SP), também da comissão, é a favor de abertura para o capital estrangeiro apenas para participação minoritária no capital das empresas de comunicação.

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