São Paulo, segunda-feira, 28 de agosto de 1995 |
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Projeto tenta proibir venda de anticoncepcionais no PR
MÔNICA SANTANNA
Apresentado em junho pelo vereador Mauro Wanderlei Spina (PDT), o projeto está em discussão nas comissões da Câmara e em dez dias deverá ser colocado em votação. Pai de dois filhos e exercendo seu terceiro mandato, Spina, 41, disse que fez a proposta porque as mulheres devem ter filhos à vontade. ``Se não for assim, que usem os métodos naturais", afirmou. Segundo ele, a idéia surgiu depois de visitar favelas da periferia de Umuarama e constatar que as mulheres não sabem tomar as pílulas anticoncepcionais. O projeto prevê a proibição da distribuição e venda de qualquer tipo de anticoncepcional, mas o próprio autor admite rever essa posição e restringir a proibição apenas a pílulas anticoncepcionais. O projeto não entusiasma parte dos 18 vereadores de Umuarama, segundo Luiz Nicoleti, do mesmo partido de Spina, mas encontra apoio na Igreja. Para Nicoleti, o projeto deverá entrar na pauta de votação, mas será ``empurrado com a barriga". ``Cheguei a comentar com o Spina que esse projeto é absurdo. Se não for vendido anticoncepcional no nosso município, os consumidores comprarão em um município vizinho", afirmou. Segundo Nicoleti, o projeto pode ainda provocar o aumento do número de abortos, realizados clandestinamente porque o método é proibido no Brasil. O bispo de Umuarama, dom José Maria Maimone, enviou carta ao vereador Mauro Spina para ``aprovar e louvar" o projeto. ``Os países que procuraram tirar os direitos da família foram a fracasso e voltaram atrás", diz o texto da carta assinada por dom José Maimone. O arcebispo de Maringá (norte do PR), dom Jaime Luiz Coelho, também manifestou em carta seu apoio ao projeto. ``Agradeço a comunicação de sua campanha em favor da família", disse ele. Texto Anterior: Pesquisa anima secretário Próximo Texto: Aposentado faz casa de lixo em Fortaleza Índice |
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