São Paulo, segunda-feira, 28 de agosto de 1995 |
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Só o indelegável É óbvio que o presidente da República deve acompanhar de perto o andamento dos principais temas do país. Seria facilmente acusado de omissão na hipótese contrária. Mas há, por certo, um meio-termo entre a omissão e a participação direta do chefe do governo na discussão de detalhes. O mais razoável é que o presidente só entre no circuito de discussões a partir do instante em que as instâncias intermediárias do governo já tenham elaborado as alternativas possíveis a partir das quais o presidente toma a decisão política, que é, em última análise, a sua função precípua. Não é o que parece estar ocorrendo no atual governo federal. O presidente é o articulador político de um governo que não conta com tal figura. É uma espécie de superchanceler, menos por insuficiência do Itamaraty e mais pelo gosto pessoal do presidente por assuntos internacionais. E acaba sendo ainda um superministro de Economia, que acaba sofrendo desgastes desnecessários que poderiam ser melhor divididos entre os membros da equipe econômica. Esse excesso de funções é notoriamente contraproducente. Está na hora, por isso, de o próprio presidente reservar-se para as funções específicas de seu cargo, as únicas, por definição, indelegáveis. Texto Anterior: Juiz sem regras Próximo Texto: Ameaça menos iminente Índice |
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