São Paulo, terça-feira, 29 de agosto de 1995
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Idéia de coleção ganha fôlego

DANIEL PIZA
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma das facetas mais visíveis da demanda cultural por reedições está no sucesso de coleções e obras completas.
A Nova Aguilar é o exemplo mais evidente. Desde que assumida por Isabel Lacerda, em 1993, revigorou sua coleção de obras completas e obteve sucesso surpreendente para volumes que custam em média R$ 80.
A série começou com o teatro completo de Nelson Rodrigues (1912-1980), lançado em 1993, que vendeu duas edições até agora -cada edição tem 3.000 exemplares.
Em 1994 tiveram muito sucesso as obras de Augusto dos Anjos (1884-1914) e João Cabral de Melo Neto, 75, que venderam três edições cada.
A coleção de clássicos da Companhia das Letras, ``Retratos do Brasil", lançada no início do ano, também vende bem, segundo ela: cerca de 3.000 exemplares de cada título. ``O resultado é bom porque nossa intenção é fazer livros menos conhecidos", diz o editor, Schwarcz.
Em 1996 serão editadas, por exemplo, as crônicas de Olavo Bilac (1865-1918), mais lembrado como poeta.
Esse sucesso tem inspirado outras editoras. Até o final do ano, por exemplo, a Iluminuras lança uma coleção (ainda não batizada) de clássicos da língua portuguesa. O primeiro título é do português Fernando Pessoa (1888-1935), ``O Primeiro Fausto", e o segundo, do brasileiro Joaquim Manuel de Macedo, ``A Luneta Mágica".
Cada volume será entregue aos cuidados de um especialista, mas a regra é a mesma adotada por Nova Aguilar e Companhia das Letras: poucas notas editoriais e apuro gráfico.
``Queremos textos em sintonia com o presente", diz Samuel Leon, da Iluminuras. ``Não vamos reeditá-los porque estão fora do mercado, mas porque são interessantes para o leitor atual."
(DP)

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