São Paulo, terça-feira, 29 de agosto de 1995
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Alívio bem-vindo

Face às sérias dificuldades por que têm passado vários setores da economia, a redução dos depósitos compulsórios no Banco Central e as demais medidas visando à descompressão do crédito ajudam a desanuviar o horizonte. A queda no ritmo de crescimento, as demissões e a mudança nas expectativas empresariais mostram que o governo atingiu a sua meta de moderar a atividade econômica -se é que não a ultrapassou.
Além do impacto das políticas contracionistas dos últimos meses, a economia está hoje sob o efeito dolorido da inadimplência e do endividamento. Os consumidores estão retraídos, as empresas tornaram-se mais cautelosas nas vendas a prazo e os bancos, bastante seletivos na concessão de empréstimos.
O aumento dos pedidos de concordata e falência e a crise do Banco Econômico fizeram com que o mercado se contraísse ainda mais. Agora, não se trata apenas da dificuldade em obter crédito. A própria sociedade já não demanda recursos como há quatro ou cinco meses.
Desse modo, se efetivamente não se deve esperar um forte reaquecimento da economia em virtude da descompressão monetária, pode-se ao menos vislumbrar um alívio para os setores mais atingidos e a possibilidade de que não se instale no país uma recessão.
Em que pese ainda a manutenção de taxas de juros absurdamente altas e onerosas aos cofres públicos, o governo parece mostrar sensibilidade na administração da oferta de crédito. Algo que, nas condições atuais, só pode ser bem-vindo.

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