São Paulo, quarta-feira, 30 de agosto de 1995 |
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Romário terá que depor na corregedoria
SERGIO TORRES
Caso se recuse a comparecer ao depoimento, a Corregedoria pedirá à Justiça um mandado de condução coercitiva contra Romário. O mandado de condução coercitiva é o instrumento judicial que dá à polícia autorização para conduzir a uma repartição policial testemunhas que se recusam a depor. ``Todo o fato gira em torno de Romário. Ele tem que ser ouvido. O que pode acontecer é ele, diante do presidente do inquérito e durante o depoimento, revelar sua intenção de só falar sobre o caso em juízo", disse o corregedor de Polícia Civil, delegado Luiz Gonzaga de Lima Costa. A corregedoria abriu inquérito para apurar as declarações da presidiária Marlucia Menezes Gomes. Em recente depoimento ao Ministério Público, ela afirmou que o sequestro foi planejado por Ronaldo Faria, 28, irmão de Romário. Em entrevista na sede do Flamengo, Romário disse ter ``plena certeza" de que seu irmão Ronaldo é ``uma pessoa de bem". ``Meu irmão enfrentou momentos duros. Hoje, como sempre, ele é íntegro e convive normalmente na sociedade, como nós", disse o atacante do Flamengo. Ronaldo também negou a acusação, que descreveu como uma ``grande palhaçada" (leia ao lado). O corregedor de Polícia Civil disse ontem considerar verdadeiro o depoimento de Marlucia, condenada a 12 anos de prisão pela participação no sequestro de Edevair. Ela cumpre pena no presídio Talavera Bruce, em Bangu (zona oeste do Rio). ``Acho que ela está falando a verdade", afirmou Lima Costa. Além de Romário, o presidente do inquérito, delegado Jorge Abreu, convocará para depor o pai e o irmão de Romário e o delegado Hélio Vígio, que à época investigou o caso, pois dirigia a DAS (Divisão Anti-Sequestros) da Polícia Civil. A Folha tentou ontem ouvir o ex-delegado Hélio Vígio, mas não conseguiu localizá-lo. Jorge Abreu foi à tarde ao presídio Talavera Bruce, a fim de reinterrogar a presidiária. Hoje, ele deve começar a convocar as testemunhas para depor. Texto Anterior: A violência na Amazônia Próximo Texto: "É uma grande palhaçada" Índice |
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