São Paulo, quarta-feira, 30 de agosto de 1995
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"É uma grande palhaçada"

MÁRIO MAGALHÃES
DA SUCURSAL DO RIO

Acusado de planejar o sequestro do pai, Ronaldo Faria disse ontem de manhã não ter ``nada a ver com isso".
Ronaldo esteve no estádio do Flamengo, na Gávea (zona sul do Rio), depois que seu irmão, Romário, já tinha ido embora.
Ronaldo foi à Gávea para conversar com seu advogado, Michel Assef. Durante a reunião, Ronaldo chorou.
``É uma grande palhaçada o que estão fazendo comigo, com Romário, meu pai e minha mãe", afirmou Ronaldo.
Ele disse que estava fora do Brasil quando o pai foi sequestrado. ``Fazia dois meses que eu estava na Espanha, onde o Romário jogava. Só cheguei no Rio três dias depois do sequestro para tentar ajudar meu pai."
Como o irmão mais velho, Ronaldo sonhava, quando criança, ser jogador de futebol. Atuou nas equipes de jovens do Vasco. Romário levou-o, em 89, para um clube holandês, onde Ronaldo fracassou.
Ele afastou-se do futebol devido a uma lesão grave num joelho. Mas, mesmo antes, nunca demonstrou qualidades técnicas para a profissão.
Hoje, Ronaldo administra os negócios de Romário no Rio. Até o sequestro do pai, em maio do ano passado, os dois irmãos eram vistos sempre juntos. No mês seguinte ao sequestro, raramente Ronaldo acompanhou Romário em público.
Na Copa do Mundo, no meio do ano, Romário pagou a viagem de Ronaldo e a namorada.
Na volta da Copa, Romário levou Ronaldo para Vitória (ES), onde um ``time dos amigos de Romário" fez um amistoso contra uma equipe local.
No jogo, Ronaldo atuou como zagueiro. Só chamou a atenção por quase brigar com o árbitro. Teve que ser contido por Romário. Depois, voltou a ser visto seguidamente com o irmão no Rio, como um ``segurança de luxo".
(MM)

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