São Paulo, quarta-feira, 30 de agosto de 1995 |
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Concessão de bolsas para o exterior deve ser revista
PAULO SILVA PINTO
Segundo José Galizia Tundisi, presidente do CNPq, o órgão gasta mais de US$ 15 milhões por ano em bolsas de estudos de pós-graduação no exterior com pessoas que poderiam se aperfeiçoar nas próprias universidades brasileiras. ``Estimo que 30% das teses pudessem ser defendidas no país", disse Tundisi à Folha. Isso significa que, dos 2.100 alunos do CNPq que fazem doutorado lá fora, 630 não precisavam ter saído do Brasil. Fora do país a formação dura cerca de quatro anos e custa, em média, US$ 100 mil ao todo. No Brasil, manter um estudante de doutorado sai metade desse valor. Esse prejuízo inclui só o CNPq, órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia que gasta US$ 60 milhões em seus programas no exterior (incluindo aperfeiçoamento). Desde o início deste ano o CNPq está submetendo a entrevistas cada pesquisador que volta -um por dia, aproximadamente. Mensalmente eles se reúnem em grupos na sede do órgão em Brasília e relatam o que produziram e as dificuldades por que passaram (leia texto nesta página). Uma das consequências, segundo o CNPq, será a definição de um número de áreas que serão privilegiadas. Neste ano 1.200 pessoas se candidataram e 220 conseguiram embarcar para o exterior. Eles recebem uma bolsa mensal que pode chegar a R$ 1.670, de acordo com o número de dependentes. A diretora de desenvolvimento científico e tecnológico do CNPq, Marisa Cassim, diz que a meta é ter ``quase" nenhum aluno fora do país que pudesse estudar aqui. A Capes, do Ministério da Educação, que investe US$ 53 milhões em 2.200 alunos de doutorado em outros países, quer visitar os bolsistas nos países onde estão estudando. Texto Anterior: Presos depõem em inquérito sobre tortura Próximo Texto: Orientador não tinha 'afinidade' com tema Índice |
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