São Paulo, sábado, 2 de setembro de 1995
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Novo parque ecológico da USP mostra flora de SP

FERNANDO ROSSETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

A Praça do Relógio da Cidade Universitária da USP (zona oeste de São Paulo) deverá ser transformada, até o ano que vem, em um parque de educação ecológica.
Em diferentes partes da praça de 170 mil m2 (mais de 20 campos de futebol), haverá vegetações que exemplificam os tipos de flora do Estado de São Paulo.
Assim, haverá em um lado uma "Floresta Atlântica", como a que existe na serra do litoral paulista; no outro extremo -um pouco depois de um morro que está atualmente sendo construído- haverá uma floresta de araucárias, como as das regiões montanhosas.
Entre estas, serão reproduzidos restingas, campos, cerrados (veja quadro). Também haverá exemplares de espécimes escolhidos mais pelo seu valor educativo do que pela sua localização no Estado -como o pau-brasil.
O projeto deverá custar em torno de R$ 700 mil, pagos pelo Banco Real, que tem um convênio com a Fundação da USP para atividades recreativas no campus.
O novo parque ecológico da Praça do Relógio é uma das alternativas que a prefeitura da Cidade Universitária está montando para redefinir o uso de seus espaços nos finais de semana. Até janeiro, a praça era usada por milhares de pessoas, principalmente, para jogos de futebol (leia texto ao lado).
Um grupo formado por arquitetos paisagistas, biólogos e engenheiros, todos da USP, está trabalhando o projeto.
Para que, daqui a alguns anos, os exemplares de vegetação realmente se pareçam com os modelos originais, inicialmente serão plantadas espécimes maiores -ou seja, as árvores.
"A idéia é chegar a um nível de complexidade que dê para ter trepadeiras na floresta", diz Waldir Mantovani, 42, ecólogo do Instituto de biociências.
"Mas queremos acrescentar algo mais além da vegetação", afirma Silvio Macedo, 45, arquiteto paisagista da FAU (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo).
Esse "algo mais" são uma série de caminhos coloridos que indicam onde se está no parque, um sistema especial de sinalização próximo à torre do relógio e o que está sendo chamado de "praia" -uma sub-praça do parque, com piso azul, em frente ao Anfiteatro.
Os caminhos, além de indicarem a localização no parque, também terão uma função espacial de integrar a praça ao MAC (Museu de Arte Contemporânea), que fica do outro lado da rua do Anfiteatro.
"O piso vai estar incrustado no leito da rua. Os pedestres vão caminhar de forma privilegiada", diz Paulo Pellegrino, da FAU.
Embora a infra-estrutura do parque deve ficar pronta até dezembro, o plantio da vegetação deve levar boa parte do verão e depende do clima. A praça terá um sistema de irrigação permanente.

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