São Paulo, sábado, 2 de setembro de 1995
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Argentina tenta renegociação com FMI

DENISE CHRISPIM MARIN
DE BUENOS AIRES

A equipe econômica argentina finalizou sua carta de intenções para o FMI (Fundo Monetário Internacional) com metas mais brandas que as negociadas em março deste ano.
O documento será avaliado pela instituição, que dará sua resposta no próximo dia 27 de setembro.
O ministro da Economia, Domingo Cavallo, conseguiu reverter a imposição do FMI de que a Argentina obtivesse um superávit (arrecadação maior que gastos) de US$ 2 bilhões neste ano.
Também convenceu os técnicos do FMI para que o equilíbrio fiscal pudesse ser atingido em 1995 com a inclusão de capitais obtidos com as privatizações concluídas até o terceiro trimestre.
Segundo o acordo anterior, esses ingressos não poderiam ser computados.
Mas há condições. As privatizações deverão superar US$ 2,4 bilhões para que o excedente entre nesse cálculo e compense a queda da arrecadação de impostos.
Até o fim de agosto, os ingressos efetivos com venda de estatais eram de apenas US$ 200 milhões.
Agora, o governo deverá apressar as privatizações previstas para este ano, como a das represas Yaciretá e Pichi Picun Leufú, que podem somar US$ 3 bilhões.
Para 1996, entretanto, não haverá perdão -a Argentina terá que equilibrar suas contas sem se valer das privatizações pautadas.
Os gastos no próximo ano, conforme o acordo, não poderão superar os valores de 1995 e o governo se compromete a aumentar o patamar de arrecadação tributária.
A meta de crescimento deverá ser mantida em 3% do PIB (Produto Interno Bruto) em 95 e 96.
O ministro Domingo Cavallo embarca hoje para o Japão, para tentar atrair investidores para empreendimentos na Argentina.

Falências
A Argentina registrou aumento de 15,6% nos pedidos de falências e de 54,5% nas concordatas preventivas entre janeiro e agosto deste ano, em relação ao mesmo período de 1994.

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