São Paulo, sábado, 2 de setembro de 1995 |
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Sindicato aponta explosão de demissões
DA REPORTAGEM LOCAL Levantamento do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo indica uma explosão de demissões na pequena e média indústria metalúrgica da cidade. De quinta-feira até a tarde de ontem, um grupo de 39 empresas dispensou 1.375, segundo o sindicato. São Paulo tem cerca de 350 mil metalúrgicos.O número corresponde a 7% do pessoal empregado nessas indústrias. Do total, 16 empresas atuam no setor de autopeças e 17 fabricam máquinas e equipamentos. O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho (Força Sindical), disse que as demissões em massa se devem à proximidade da data-base da categoria (novembro) e à decepção das empresas em relação às decisões de anteontem do Conselho Monetário Nacional. A expectativa dos empresários era de que o conselho reduzisse as restrições ao crédito, que o governo preferiu manter. Paulinho disse que as empresas se apressaram em demitir na virada do mês porque a lei prevê o pagamento de um salário a mais no caso de dispensas ocorridas a 30 dias ou menos da data-base. No caso dos metalúrgicos, o acordo coletivo estica esse período para 60 dias -prazo que começa a contar de hoje em diante. Segundo o sindicalista, da adoção do Plano Real até abril, a indústria metalúrgica de São Paulo registrou saldo de cerca de 9.000 admissões. Daquele mês para cá já ocorreram 10 mil demissões. "O Real está nos devendo mil vagas." Paulinho acredita que o corte pode ter chegado a 2.000 vagas. O sindicato atualiza o levantamento na segunda-feira. "O governo tem sido muito insensível", disse o sindicalista. "Daria para manter a estabilidade, a inflação baixa e, ao mesmo tempo, segurar o emprego." Segundo ele, a Força Sindical vai prosseguir com as manifestações contra a política econômica. O sindicalista afirmou também que, se os protestos não surtirem o efeito desejado, a central e o sindicato poderão estudar a convocação de uma greve. Os metalúrgicos de São Paulo discutem no dia 15 a pauta de reivindicações de 110 itens da campanha salarial deste ano. Texto Anterior: Zedillo avalia crise mexicana Próximo Texto: 'Demissão é ônus', afirma empresário Índice |
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