São Paulo, sábado, 2 de setembro de 1995
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Benetton fica com Berger e dificulta para Barrichello

JOSÉ HENRIQUE MARIANTE
DA REPORTAGEM LOCAL*

O austríaco Gerhard Berger anunciou ontem, em Mônaco, que irá correr pela Benetton na temporada de 1996 da F-1.
A informação foi confirmada pela equipe, em Londres.
A Ferrari, atual escuderia de Berger, também se pronunciou e agradeceu os serviços prestados tanto pelo austríaco quanto pelo francês Jean Alesi, que já havia acertado sua transferência, também para a Benetton.
A negociação fecha as portas da equipe ao brasileiro Rubens Barrichello, que concorria à vaga.
Mas abre outra. A da própria Ferrari, que ainda não decidiu quem será o companheiro de Michael Schumacher.
A escuderia italiana havia dado um prazo até a última terça-feira para Berger decidir ficar.
O piloto preferiu sair, segundo especulações, por um contrato de dois anos, ganhando US$ 6 milhões por temporada.
Assim, Barrichello fica à frente de uma difícil decisão. Encarar, de fato, o papel de segundo piloto -Schumacher tem um contrato que lhe garante uma grande primazia na equipe- ou manter sua atual condição na Jordan.
Procurado na Inglaterra, onde realizou testes nesta semana, Barrichello refutou fazer declarações. "Não tenho nada para falar".
Em São Paulo, seu empresário, Geraldo Rodrigues, passou o dia todo no telefone. Atendeu a reportagem apenas no final da tarde.
Também ele foi evasivo. "Precisamos esperar a poeira baixar", declarou. Perguntado se a transferência de Berger havia sido uma surpresa, Rodrigues negou.
"As informações que dispúnhamos já apontavam nessa direção", afirmou o empresário.
Rodrigues só reconheceu que as negociações, agora, demandam "novas estratégias".
A Folha apurou, no entanto, que Barrichello vive o dilema de ter de recuar na sua decisão de não aceitar ser segundo piloto.
No último fim-de-semana, durante o GP da Bélgica, foi categórico ao afirmar que exigia tratamento igual ao de seu futuro companheiro, fosse quem fosse.
Ir para a Ferrari, porém, significa abdicar dessa isonomia.
Na Jordan, sua situação não se alteraria. Mas a equipe irlandesa exige um contrato de no mínimo dois anos com Barrichello.
Eddie Jordan, proprietário do time, ainda conversa com o alemão Heinz-Harald Frentzen, atualmente na Sauber, outro que negociava com a Benetton.
Jordan abertamente prefere Barrichello. E utiliza a negociação com Frentzen para fazer pressão sobre o brasileiro.
A transferência de Berger fez a Ferrari adiar o anúncio do nome do segundo piloto para depois do GP da Europa, que vai acontecer no dia 1º de outubro.

*Com agências internacionais

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