São Paulo, domingo, 3 de setembro de 1995
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Perfil do crime muda nos EUA

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

Em Nova Orleans, onde uma pessoa foi morta a cada 21 horas no ano passado, Richmond ou Washington, as causas para a violência nos EUA são iguais.
O fácil acesso às armas de fogo, o tráfico de drogas, a cultura nacional de violência e a pobreza são as razões sempre apontadas.
Embora as explicações para a criminalidade nos últimos 30 anos tenham mudado pouco, há diferenças recentes notáveis nas suas características.
Em 94, pela primeira vez na história, o número de homicídios cometidos por pessoas desconhecidas das vítimas foi superior ao dos casos em que o assassino era parente ou conhecido delas.
Isso derruba o tradicional argumento de que não é preciso temer a violência fora de casa, mas sim a doméstica.
Outro dado novo é o aumento extraordinário do número de homicídios praticados por adolescentes: 165% entre 1983 e 1993.
Como o número de adolescentes vai crescer muito até 2005, a maioria dos criminologistas acha que o de assassinatos também.
O aumento da pobreza é outro indício de que a criminalidade vai aumentar nos próximos anos.
Há cerca de 40 milhões de pobres nos EUA, 15% da população, a maior quantidade desde 1961.
Os negros são o grupo étnico com menor renda no país. Cerca de 35% deles são pobres. São 12,3% da população, mas 54,7% dos assassinos.

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