São Paulo, domingo, 3 de setembro de 1995 |
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Maluf não tem política social, diz vereadora
DA REPORTAGEM LOCAL "A rigor, o governo Maluf não tem uma política para os moradores de rua", diz a vereadora oposicionista Aldaíza Sposati (PT), uma das mais engajadas na Câmara em defesa dos sem-teto."O que são os abrigos da prefeitura? Uns colchões no chão, um copo de sopa à noite e um copo de café com leite e um pãozinho de manhã. Só isso", critica. Aldaíza acha que a situação dos moradores de rua só não está pior devido ao clima. "A sorte é que não tivemos inverno esse ano". No inverno, sempre aumenta o número de mortes de mendigos. A vereadora é autora do projeto de lei 207/94, aprovado este ano e vetado pelo prefeito, que estabelece uma política de atendimento aos moradores de rua. Trata-se de um extenso projeto que prevê a criação de abrigos emergenciais, albergues, centros de serviços, restaurantes comunitários, casas de convivência, oficinas de trabalho e, até, "soluções habitacionais definitivas". O projeto foi vetado sob a justificativa de ser inconstitucional. "Na realidade, mais que um projeto, é uma pauta mínima que propomos: o direito de abrigo e alimentação. O Legislativo pode traçar políticas. Precisamos concretizar os direitos sociais que estão previstos na Constituição", defende a vereadora. Aldaíza reconhece que no governo Erundina, no qual foi secretária das Administrações Regionais, "foi muito difícil trabalhar com a população de rua", mas havia um real interesse em encontrar soluções para os problemas. O ápice desse interesse, segundo a vereadora, foi a realização em São Paulo do 1º Seminário Nacional Sobre População de Rua. O segundo será este ano, entre 13 e 15 de setembro, em Belo Horizonte. Texto Anterior: Situação está melhor agora, diz secretário Próximo Texto: Moradores de rua andam em dupla para se protegerem Índice |
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