São Paulo, domingo, 3 de setembro de 1995
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DEPOIMENTO

O pior defeito que um homem pode ter é mau hálito -não importa se é por falta de cultura, de higiene ou se ele sofre de algum problema no estômago. Tem que se tratar. Não existe "eu te amo" que limpe a barra de um bafo da onça. Acho que essa história de cheiro tem muito a ver com educação. Escovar os dentes, por exemplo, é básico. Tomar banho, também -eu vou cheirosa até para a ginástica. Se eu me trato bem, não vou querer que um cara me apareça com as unhas roídas e sujas, o cabelo oleoso e mal tratado -isso é pré-histórico, hippie. É que nem cecê debaixo do braço. Me lembro de um colega ator que fazia um espetáculo comigo e tinha um cheiro insuportável nas axilas. Em determinada cena nós nos abraçávamos e eu tinha que prender a respiração. Todo mundo na produção comentava aquilo, mas ninguém tinha coragem de falar com ele. Fui eu mesma. Falei com jeito e carinho -precisava avisar a ele. Eu aviso porque acho que estou ajudando. Chamei ele em um canto e disse: "Olha, querido, você tem um cheiro muito forte debaixo dos braços e não acho justo deixar que todo mundo comente isso sem te avisar". Falei e dei a ele uma pomadinha Minâncora. Ninguém precisa chegar ao ponto de receber uma chamada dessas. Acho até que esse tipo de problema de higiene, se o cara não é relaxado, tem solução. Os problemas estéticos, digamos assim, são mais incontornáveis. Quando eu tinha 15 anos, me apaixonei por um menino, meu primeiro namorado, até o dia em que eu percebi que ele não tinha bunda. Terminei com ele, coitadinho, que deve se perguntar até hoje porque.

LUIZA THOMÉ, 31, é atriz.

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