São Paulo, domingo, 3 de setembro de 1995
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Semana de confusões

SÍLVIO LANCELLOTTI

Foi mais de confusões que de festejos a semana de futebol no mundo. Clubes, craques e treinadores famosos se envolveram em episódios controvertidos, alguns deles de enorme gravidade.
Também a violência das torcidas contribuiu para comprometer a fama de organização que cobre o esporte na Europa.
Os fatos mais patéticos aconteceram na Holanda. No cotejo entre o NAC e o seu PSV, o veterano Jan Wouters, pilastra do meio-campo nederlandês desde o título continental de 1988, celebrou a 20ª expulsão de sua carreira -por ter agredido um mediador.
Com 35 anos, Wouters pode pegar um ano de suspensão, praticamente o fim de sua carreira.
Paralelamente, na peleja entre o Twente e o Feyenoord, antes mesmo de os times entrarem em campo, as duas torcidas se engalfinharam numa pancadaria animalesca que redundou em 15 feridos e 10 presos. Ao menos os presos, julgados sumariamente, pegaram seis meses justos de cadeia.
Na Inglaterra, o holandês Bryan Roy, meia década atrás considerado o herdeiro de Ruud Gullit, reagiu grotescamente a uma substituição, dez minutos do final, no jogo entre o seu Nottingham Forest e o West Ilam de Londres.
Roy se considerava o gênio da equipe depois de anotar dois tentos no sucesso de seu clube diante do Southampton, na rodada inaugural da "Premiership". Ao sair, sem nenhuma compostura, atirou a camisa no rosto de seu mister.
Patrice Loko, novo ídolo do Paris Saint-Germain da França, ao menos conseguiu alta da clínica psiquiátrica em que estava internado desde julho, depois de se meter numa tola briga de rua.
Corre o risco de um rebaixamento compulsório, à segunda divisão de Portugal, o Sporting de Lisboa. O clube, 16 vezes campeão de seu país, deve cerca de US$ 4 milhÕes ao Benfica pela transferência, em 93, do volante Paulo Souza, hoje na Juve italiana.
A federação lusitana concedeu ao Sporting um prazo até o dia 8 de setembro. O Sporting alega não dispor de dinheiro em caixa.
O Parma da Itália, com todos os investimentos que fez, inclusive a compra do búlgaro Hristo Stoichkov ao Barcelona da Espanha, levou uma surra do pequenino Palermo, 0 x 3, e já foi eliminado da competitiva Copa da Itália.
Lá como cá. Ao menos, lá, ninguém acusou o irmão do maior astro da nação de tramar o sequestro do pai. Duvido que Romário tenha culpa. Mas que uruca!

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