São Paulo, segunda-feira, 4 de setembro de 1995
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Empresas investem em pesquisa de mercado

DANIELA FERNANDES
ESPECIAL PARA A FOLHA

Saber exatamente o que o consumidor quer em relação a um determinado produto ou serviço é um procedimento que se tornou habitual para a maioria das grandes e de algumas médias empresas.
Ela prefere investir em pesquisas de mercado a correr o risco de lançar um produto ou veicular um comercial que pode não agradar.
Essas pesquisas já fizeram com que fabricantes mudassem completamente o conceito de um produto ou uma campanha publicitária. Os estudos podem custar de R$ 5.000 a R$ 1 milhão.
Existem dois métodos para descobrir as necessidades e desejos dos consumidores.
Um deles é o qualitativo, que se baseia em abordagem de caráter psicológico (leia quadro ao lado).
"Nós somos basicamente movidos por imagens", diz Vera Lígia Pompeu de Toledo, 47, diretora de pesquisa qualitativa da Research International.
"Às vezes existem dois produtos iguais do ponto de vista técnico, mas com imagens diferentes e a pessoa faz sua escolha por uma questão psicológica."
Nos estudos qualitativos, individuais ou em grupos de normalmente oito pessoas, o consumidor terá, por exemplo, que fazer colagens ou desenhos para representar sua idéia sobre o produto.
"O Brasil tem uma escola qualitativa de grande projeção mundial. Esse estudo tem a ver com o nosso comportamento: brasileiro gosta de falar, de se colocar em relação a um sujeito", afirma.
O método quantitativo utiliza questionários objetivos e faz uma representação estatística do universo de consumidores. O número de entrevistados é maior.
A escolha de um dos métodos é uma decisão de ordem técnica. Os responsáveis pela pesquisa decidem, em função de o que o fabricante deseja saber, qual será o melhor tipo de estudo a ser aplicado, diz Rodrigo Toni, 30, gerente de projetos da CBPA.
Em uma pesquisa de lançamento de produto, por exemplo, um estudo qualitativo permitiria conhecer os desejos do consumidor e o quantitativo mostraria o percentual da população interessada.
As agências de pesquisa possuem um cadastro de consumidores que são escolhidos para as reuniões de acordo com o perfil (idade, sexo, classe social etc.) definido para o estudo.
Regina Célia Franzi, 26, participou de algumas entrevistas e também testou alguns produtos.
"O bom da reunião é que eles avaliam a nossa sinceridade. Se o produto não é bom, eu digo."
A Anep (Associação Nacional das Empresas de Pesquisas) tem um cadastro dos consumidores que participam de estudos qualitativos.
Isso impede que a mesma pessoa seja entrevistada mais de uma vez no mesmo ano e se habitue ao funcionamento das reuniões.

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