São Paulo, segunda-feira, 4 de setembro de 1995
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PM vai afastar policial envolvido em morte

DA REPORTAGEM LOCAL

Os PMs da Grande São Paulo que se envolverem em tiroteios com morte serão, a partir de hoje, afastados de seus batalhões por seis meses. A decisão é do CPM (Comando de Policiamento Metropolitano da PM).
A média mensal de pessoas mortas pela Polícia Militar cresceu 23% no primeiro semestre de 95 (56), em relação à média do mesmo período de 94 (43,3).
Até 30 de junho deste ano, 336 pessoas haviam sido mortas pela PM no Estado -280 por homens do CPM. No ano passado, esse número foi de 520.
No começo deste ano, o CPM já havia tornado novamente obrigatório o tratamento psicológico para os policiais que se envolvessem em tiroteios com morte. O tratamento durava 15 dias, durante os quais os PMs ficavam afastados do trabalho.
Essa medida, conhecida como "Rota Light", havia sido adotada pela primeira vez em 92, após a PM massacrar 111 presos no pavilhão 9 da Casa de Detenção.
Embora o programa tivesse recebido o apoio da Americas Watch (atual Human Rights Watch, entidade de defesa dos direitos humanos), sua obrigatoriedade havia sido suspensa em 93.
Agora, além de passar pelo tratamento psicológico, o policial será retirado de seu batalhão e mandado para uma unidade do centro da cidade a fim de fazer policiamento a pé ou serviço burocrático. O objetivo do CPM é diminuir o número de pessoas mortas em supostos confrontos.
A Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) não será atingida, pois pertence ao Comando de Policiamento de Choque, que é independente do CPM.
"Nosso objetivo é proteger o homem, retirando o policial de seu meio para que ele não fique brutalizado após se envolver em casos violentos", afirmou o major Adauto Luiz da Silva, 42, relações públicas do CPM.
Segundo o major, não há risco de que os policiais façam "corpo mole" durante o policiamento. Para ele, os policiais irão entender que a medida não é uma punição para aqueles que se envolvem em casos de tiroteios com morte.

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