São Paulo, terça-feira, 5 de setembro de 1995
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Covas é novo alvo de críticas de pefelistas

GUILHERME EVELIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os pefelistas reagiram ontem com dureza às declarações do governador de São Paulo, Mário Covas (PSDB), de que a aliança entre tucanos e PFL dificilmente se repetirá na próxima eleição presidencial (1998).
Irritado com a afirmação, o líder do PFL na Câmara, deputado Inocêncio Oliveira (PE), disse que Covas "está se auto-lançando candidato a presidente. "A aliança é um casamento, é preciso que os dois queiram. Mas ninguém perguntou ao PFL se quer esse casamento com Covas", afirmou.
No último sábado, o governador disse que a coligação entre tucanos e pefelistas para a eleição do presidente Fernando Henrique Cardoso "não foi um casamento e, portanto, não há compromisso para retomá-la em 1998.
Ignorando a trégua de 15 dias acertada na última quinta-feira a pedido do presidente Fernando Henrique Cardoso, Inocêncio disse que Covas deve se limitar a falar pelo PSDB. "Pelo PFL, há quem fale", afirmou.
Segundo o deputado, a não ser na hipótese de FHC pretender a reeleição, o PFL deverá ter candidato próprio à Presidência. "Se não for com FHC, que nos merece demais, o partido terá uma expectativa de poder sozinho."
Para ele, seu partido deixou esse objetivo "explícito ao lançar o projeto PFL 2000. "Ninguém chega a 2000, sem antes passar por 96 e por 98, lembrou, referindo-se também às eleições municipais do próximo ano.
Inocêncio instruiu o deputado Severino Cavalcanti (PFL-PE) para criticar o governador em discurso na sessão de ontem da Câmara. "Covas e o Sérgio Motta (ministro das Comunicações) são os maiores desastrados do país", afirmou Cavalcanti.
Ontem à tarde, o líder pefelista se preparava para levar a FHC as reclamações contra os ministros que, segundo ele, "não atendem, não marcam audiências nem respondem às ligações telefônicas" feitas pelos deputados do PFL.
Com as queixas registradas em cartões guardados num envelope, Inocêncio Oliveira informou que "99% das reclamações são contra Sérgio Motta e José Serra (ministro do Planejamento)".

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