São Paulo, terça-feira, 5 de setembro de 1995
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Capitanias

NELSON DE SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

Sérgio Amaral, afinal, tem pernas. O porta-voz surgiu por inteiro, na televisão, para abrir a Semana da Pátria.
Vai ter desfile militar, claro, mas também espetáculos de "forró, funk, rap e ópera", além da campanha publicitária, propriamente.
Quinta, em cadeia nacional, entra o presidente -que ontem já inaugurou um painel com a bandeira em seu gabinete.
Por coincidência, ontem mesmo visitavam o seu palácio os presidentes das assembléias estaduais, buscando mais poder para as capitanias.
Disse a Manchete, "querem dividir poder com o Congresso Nacional". Disse a Record, "querem mais autonomia".
Disse um deles:
- Queremos apenas repartir a capacidade de legislar.
E não repartir toda a pátria. Mas o assunto pega.
Segundo o SBT, o presidente do Congresso, José Sarney, já "falou em risco de quebra da unidade nacional se os Estados não forem fortalecidos".
E não foi só para fustigar Fernando Henrique.

Simpson
Primeiro no ato do ABC, contra a recessão, depois nas medidas que o governo fez que tomou, contra a recessão.
As duas passagens, nestas duas semanas, mostraram que mudou pouco, a Globo.
Algum distanciamento de ACM, como fez o presidente. Em política, nada mais.
Na verdade, até o momento o melhor indício do que seja, afinal, a nova fase da Globo é o sequestro na Bahia.
Desde sexta que o confronto é direto com o Aqui Agora. Não no mesmo horário, mas já com a mesma edição.
- Pesadelo no Nordeste.
- Uma menina está na mira de um revólver.
- Sequestrador transformou hotel em trincheira.
Foi o tom durante o final de semana, até com "informações a qualquer momento".
Ontem, mais uma vez:
- Alerta máximo na Bahia.
- Caçada ao sequestrador que aterrorizou menina.
- O sequestrador, na Bahia, fura o cerco policial.
As frases sem verbo ecoam legendas do Aqui Agora.
A "caçada" mostra as aulas com o caso O. J. Simpson.

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