São Paulo, terça-feira, 5 de setembro de 1995
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Hubble será apontado para 'vazio' no céu

RICARDO BONALUME NETO
ESPECIAL PARA A FOLHA

O telescópio espacial Hubble vai ser apontado no final do ano para um alvo insólito: um vazio no espaço, uma região com pouquíssimas estrelas ou galáxias.
O objetivo é tentar enxergar o mais longe possível e descobrir, nesse aparente vazio, sinais dos primeiros momentos das galáxias, dando aos astrônomos pistas importantes sobre a origem e a evolução do Universo.
"Achamos um belo buraco no céu", diz o astrônomo Robert E. Williams, diretor do Instituto Científico do Telescópio Espacial. Ele fez ontem em São Paulo uma palestra no IAG (Instituto Astronômico e Geofísico) da USP.
Os cientistas deverão apontar o Hubble por cerca de 150 horas, começando em 19 de dezembro. O experimento se chama Hubble Deep Field (Campo Profundo).
Não será o mais distante momento já visto -a sonda Cobe obteve dados da radiação de fundo que surgiu após a explosão inicial do Universo (o "big bang").
Mas o telescópio espacial verá o passado do Universo em mais detalhe. Ele poderá captar luz que foi emitida há 12 bilhões de anos.
Para isso, o Hubble é capaz de enxergar luz 10 bilhões de vezes menos intensa que o olho humano é capaz de captar. "Temos de fazer isso enquanto o telescópio funciona bem", diz Williams.

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