São Paulo, terça-feira, 5 de setembro de 1995 |
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Nova droga é 3 vezes mais potente que AZT
LÚCIA MARTINS
O medicamento é um inibidor de uma enzima chamada protease. Sem ela, o HIV não consegue se desenvolver, reduzindo a infecção. O MK-639 está sendo testado em 11 países do mundo. O maior desses exames está sendo realizado no Brasil, que é o único a avaliar, além dos exames laboratoriais, a condição dos voluntários (o programa prevê que 900 portadores do vírus vão usar a droga). O programa no Brasil começou em abril deste ano e deve durar cerca de três anos. Segundo Jorge Guerra, 46, responsável pelos estudos com o MK-639 na América Latina, os estudos mostram que a droga é três vezes mais potente do que o AZT. O MK-639 ainda eleva, segundo as pesquisas, o número de células de defesa do organismo (CD4). Com o remédio, o doente de Aids ganharia cerca de 50 células de defesa. Uma pessoa é considerada sadia quando tem mais de 600 CD4s. Um doente de Aids tem, em média, 200 CD4s. Outra vantagem seria a diminuição dos efeitos colaterais. Enquanto o AZT pode ter efeitos tóxicos na medula óssea, a maior complicação causada pelo MK-639 pode ser complicação renal. Mas apenas 5% dos portadores do vírus que testaram o medicamento apresentaram esse tipo de problema. A nova droga está na fase final (três) dos testes, o que significa que os próximos passos são a aprovação pelos órgãos de controle de medicamentos do país de origem (EUA) e do Brasil e a comercialização. A previsão é que, se os resultados dos testes continuarem positivos e não surgirem novos efeitos colaterais, a droga comece a ser vendida no final de 1996. Se aprovado, o MK-639 será o primeiro remédio anti-Aids comercializado após passar por testes com observação de doentes. Os resultados dos efeitos com os aidéticos brasileiros devem ser divulgados no fim do programa, em 98. INSCRIÇÃO DE VOLUNTÁRIOS - Hospital das Clínicas. Tel. (011) 881-7759. Texto Anterior: TV Escola já transmite programa para professor Próximo Texto: PT tenta barrar aprovação do PAS Índice |
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