São Paulo, quinta-feira, 7 de setembro de 1995
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Entre ACM e FHC, Gil elege ambos

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O cantor baiano Gilberto Gil mostrou ontem mais habilidade para conciliar contradições do que têm demonstrado os políticos do PFL ou do PSDB.
Convidado por FHC a participar de uma cerimônia no Palácio do Planalto, analisou a intervenção do Banco Central no Banco Econômico e a violenta reação do senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA), crítico feroz da ação do BC no banco baiano.
Ex-vereador pelo PMDB em Salvador, Gil elogiou a ação do presidente, mas não desmereceu a participação de ACM no episódio.
"Politicamente, foi um ato corajoso. O governo soube enfrentar com bastante coragem, com bastante clareza e leveza diplomática, mas a Bahia tem que defender a sua situação, os seus interesses", comentou Gil, relevando a atuação do senador de seu Estado natal.
O compositor disse que o governo FHC "vai muito bem" porque a questão da distribuição de renda "deixou de ser um mito e passou a ser mostrada de maneira mais clara à opinião pública brasileira".
Ele também considerou que o projeto do governo de reconhecimento da participação do Estado no desaparecimento de militantes políticos na década de 70 pode não ser o que a sociedade deseja, "mas é o que é possível fazer".
Gil compareceu à cerimônia de posse dos integrantes do Gertraf (Grupo Executivo de Repressão ao Trabalho Forçado). Ele encaminhou denúncias sobre trabalho escravo a FHC no ano passado.
"Como disse o presidente, é preciso que o trabalho escravo no país seja denunciado à sociedade como forma de promover a coesão social para resolver o problema", afirmou.

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