São Paulo, quinta-feira, 7 de setembro de 1995
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CNBB espera reunir 80 mil contra miséria

DA REPORTAGEM LOCAL; DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO LUÍS

'Panelaço dos excluídos' ataca a política econômica 'neoliberal' do governo FHC e pede mais ação na área social
A Pastoral Social da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) espera reunir hoje cerca de 80 mil operários no chamado "panelaço dos excluídos", em Aparecida (170 km a nordeste de São Paulo).
É um protesto contra a miséria, a política econômica "neoliberal" do presidente Fernando Henrique Cardoso e a ausência de uma ação governamental na área social.
"Quem sabe o Fernando Henrique acorde em Brasília. Ultimamente, ele anda dormindo", disse o padre Fernando Altmeyer, vigário de comunicação da Cúria Metropolitana de São Paulo.
O "Grito dos Excluídos", nome oficial do ato em Aparecida, tem como lema "A Vida em Primeiro Lugar" e contará com a participação das pastorais operárias de São Paulo, Rio, Espírito Santo e Minas Gerais. Às 9h30, haverá uma caminhada (8ª Romaria do Trabalhador) rumo à basílica da cidade. Às 10h, será rezada missa pelos bispos d. Demétrio Valentini e d. Angélico Bernardino.
Ao meio-dia, encerrando a manifestação, acontecerá o brandir de panelas vazias ("o símbolo da fome e da exclusão") e o toque de buzinas e dos sinos da igreja.
Outras manifestações
Sob o mesmo slogan, haverá atos em todas as cidades do país, segundo a CNBB. Os discursos e as faixas desses protestos vão pedir reforma agrária, mais empregos e melhoria na saúde pública.
Em São Luís (MA), a entidade pretende reunir 5.000 pessoas em passeata, logo após o desfile militar de 7 de Setembro.
Um panelaço e performances de artistas, "puxarão" o desfile de aposentados, meninos de rua, trabalhadores sem terra, prostitutas, sindicalistas ligados à CUT (Central Única dos Trabalhadores), líderes comunitários e religiosos.
"Uma percentagem muito grande do povo está excluída das benesses do progresso no país", disse ontem d. Paulo Pontes, arcebispo de São Luís.

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