São Paulo, quinta-feira, 7 de setembro de 1995
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Que Presidente seja realmente prudente

MATINAS SUZUKI JR.
EDITOR-EXECUTIVO

Meus amigos, meus inimigos, lá em Presidente Prudente -da Prudentina, que levou o meu primeiro ídolo em carne e osso, o zagueiro Modesto, que depois foi para o Santos- espera-se que o futebol volte a ter casa cheia em São Paulo.
Motivo não falta: feriadão da pátria amada, salve, salve, jogadores de nome dos dois lados, dois times de tradição e, sobretudo, promessa de bom jogo.
Aos dois só interessa a vitória, porque Paraná Clube e Guarani estão derrapando na mesma raia. Contra o Flamengo, o Palmeiras mostrou que, mesmo sem Rivaldo, é um time de muita consistência.
Afinal, quem pode duvidar do poder de fogo de uma equipe que tem Antônio Carlos, Cafu, Edílson, Muller e Nílson?
Para as cidades que têm estádios em condições de receber mais de 30 mil pessoas, a promoção de um jogo desses requer um investimento relativamente baixo. Por outro lado, exige um bom e forte esquema de prevenção da violência.
Ribeirão indicou uma tendência, que Prudente pode confirmar. E salvar a crise do futebol em São Paulo. Será?

O ataque do Vasco, que funcionou pouco contra a Portuguesa no clássico da comunidade lusitana, precisa arrasar no jogo de hoje contra o Fluminense.
Se o elenco de inadimplentes forçados do Flu passar invicto pelo seu sexto jogo, é capaz do Nélson Rodrigues reaparecer por aí para escrever um panegírico a este "timinho" tão vencedor.

O Internacional, que também precisa da vitória contra o Santos, levou o Válber. Já pensou como será o Gre-Nal quando ele cruzar de novo com o Dinho?

Depois do delicioso casamento de Ledinha e Juca Kfouri, dou uma esticada, junto com o Dr. Sócrates, até o Pedrão, o último refúgio, em São Paulo, do velho espírito do Baixo Leblon, no Rio.
O Magrão, para uma mesa de seletos adoradores secretos de filmes C que faria inveja a um escritor como Júlio Cortázar, rememora uma cena de cinema sobre a Copa de 82, aquela da "lost generation".
Uma das melhores seleções de futebol de todos os tempos acabara de ser eliminada pela seleção nacional da Itália.
Dentro do ônibus que levava jogadores do nível de Zico, Falcão, Sócrates, Cerezo etc., para o hotel, a tristeza construía seu silêncio sepulcral nº 43.
Ninguém abria a boca. Para piorar o quadro de melancolia, à frente, seguia o ônibus barulhento da delegação italiana.
Todos os olhos daqueles incríveis jogadores se voltaram para ele, em busca de uma explicação para o repentino destampatório verbal. Close no Juninho, como diria o cineasta Arnaldo Jabor.
-"Geente", repetiu. "Foi tudo um sonho. O jogo é amanhã!"

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