São Paulo, sexta-feira, 8 de setembro de 1995
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Vai ser uma festa, diz PC

XICO SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

O mais lendário dos tesoureiros de campanhas do país, Paulo César Farias, o PC, confessou estar "abismado" com as facilidades da possível nova lei para as eleições de 1996.
"A hipocrisia continua", disse ontem PC, por telefone, de Maceió. "Caso o projeto seja aprovado, os tesoureiros irão fazer a festa".
O caixa da campanha do ex-presidente Fernando Collor (1990-92) foi condenado a sete anos de prisão por falsidade ideológica (contas bancárias "fantasmas).
Segundo PC, a falta de controle sobre a arrecadação pode ficar até maior do que em 1989 e 90, quando comandou a coleta de dinheiro para Collor e candidatos a governadores e deputados.
Um dos pontos que deixou o ex-tesoureiro impressionado foi a manutenção do mesmo limite de doação para as empresas.
O projeto prevê o seguinte: as firmas podem doar até 2% da sua receita bruta para os candidatos. Esse teto é o mesmo que vigorou no ano passado, durante a campanha presidencial.
"Uma grande empreiteira, sozinha, vai poder eleger uma centena de prefeitos", disse. "E dentro da mais absoluta legalidade".
O especialista PC aponta mais uma brecha perigosa: a liberdade para movimentar dinheiro de campanha em qualquer conta bancária.
Cético, PC acha que não há partido interessado em apertar o cerco sobre os esquemas de financiamentos eleitorais.

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