São Paulo, sexta-feira, 8 de setembro de 1995 |
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Sociedade civil ajuda a baixar índices
FERNANDO ROSSETTI
Este ano o MEC (Ministério da Educação e do Desporto) dispõe de R$ 12 milhões para a alfabetizar jovens e adultos. O MEB (Movimento de Educação de Base da Conferência Nacional de Bispos do Brasil) receberá, entre agosto e dezembro, R$ 2,4 milhões dessa verba. O dinheiro atingirá em torno de 40 mil pessoas, distribuídas em dois programas. Um é de parceria com entidades da sociedade civil -53 ao todo-, que recebem repasse das verbas do MEC. Outro é um programa de alfabetização do próprio MEB, desenvolvido principalmente no Norte e Nordeste. "É uma gota d'água no oceano", diz José Leão da Cunha, 36, coordenador do programa de alfabetização em parceria do MEB. Segundo ele, "o adulto vê com sentimento de prejuízo muito grande a perda de oportunidade de estudar por causa de problemas socioeconômicos". "Essa dívida social não é só do governo. A sociedade civil não pode esperar que a solução venha só do governo", acrescenta. A Faculdade de Educação da USP, por exemplo, tem convênios de formação de funcionários de empresas como a Nestlé. "As empresas estão conscientes de que hoje é necessário dar uma capacitação cultural mais ampla. Atualmente, o conceito de alfabetização significa muito mais do que saber ler e escrever. Para se tornar cidadão, é preciso saber fazer relações entre diversas áreas", diz Myrian Krasilchik, da USP. A Secretaria de Estado da Educação de São Paulo (SEE-SP) também contribui com sua "gota d'água": atende em torno de 66 mil jovens e adultos analfabetos. "Atendemos a demanda na medida do possível, mas não em detrimento do ensino regular", afirma a chefe de gabinete da Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas da SEE-SP. A atual gestão da prefeitura de São Paulo eliminou, em 1993, o Mova (Movimento de Alfabetização de Jovens e Adultos), criado na gestão petista (1989-1992). Hoje, a Secretaria Municipal da Educação atende em torno de 27 mil alunos em classes de suplência 1. Também há parcerias que envolvem cerca de 1.500 alfabetizandos adultos. (FR) Texto Anterior: Brasil é o 7º pior país no número de analfabetos Próximo Texto: Expulsão de alunas motiva processo em SP Índice |
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