São Paulo, sexta-feira, 8 de setembro de 1995
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Investigador é preso pela PM em favela

Policial civil estava em um ponto-de-venda de drogas

DA REPORTAGEM LOCAL

O investigador Homero Carlos Zaparalli, 43, foi preso em flagrante sob a acusação de porte de drogas na favela do Vietnã, no Jabaquara (zona sul de SP).
Zaparalli foi pego por policiais militares que fechavam um ponto-de-venda de drogas.
Os PMs prenderam Clóvis Pereira Flores, 29, o "Clovão", acusado de ser o gerente do tráfico na favela, e detiveram a adolescente A.P.C.M., 15.
Os PMs afirmam ter recebido uma denúncia anônima sobre o tráfico de drogas na favela. Em um barraco, encontraram 20 papelotes de cocaína, dois saquinhos com maconha, cinco relógios, 208 vales-droga (papéis que especificam a quantidade de droga vendida e quanto deve o comprador), R$ 605, US$ 13, cheques e munição para espingardas.
Pouco depois da prisão de Flores, o policial civil chegou à favela. Ele discutiu com os PMs e, segundo o soldado Anderson Cabral de Oliveira, sacou sua arma, um revólver calibre 38.
Os PMs também teriam sacado suas armas. "Segurei o tambor (compartimento onde são colocadas as balas de um revólver) para impedi-lo de atirar", disse o soldado Oliveira.
Os PMs chamaram reforço e o policial civil e os dois acusados de tráfico foram levados, acompanhados de um advogado, para o 35º DP pelos policiais militares.
Zaparalli foi revistado pelo delegado de plantão do 35º DP (Jabaquara) e por um tenente da PM, que afirmaram ter achado três papelotes de cocaína no bolsos do investigador.
A Folha procurou Zaparalli ontem à tarde no 35º DP, mas não o encontrou. A delegacia também não forneceu informações sobre o que o investigador disse para se defender no depoimento.
Segundo a PM, Flores trabalharia na favela do Vietnã para um traficante conhecido como "Baianinho". Flores e a adolescente detida, que está no segundo mês de gravidez, não prestaram depoimento no 35º DP e disseram que só vão depor na Justiça. A.P.C.M. foi levada para o SOS Criança.

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