São Paulo, sexta-feira, 8 de setembro de 1995 |
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Governo estuda redução de subsídio para eletricidade
CARI RODRIGUES
O governo pode quebrar o setor elétrico se não conceder aumentos nas tarifas até o final de setembro, disse o presidente da Acesa (Associação das Concessionárias Estaduais de Energia Elétrica), Airton Oliveira de Abreu. Em julho, durante reunião com os secretários estaduais de energia elétrica, o ministro Raimundo Brito (Minas e Energia) pediu que o setor aguardasse uma decisão para este mês. O governo está segurando os aumentos das tarifas públicas estaduais para evitar reflexos na inflação. As pressões, entretanto, surgem de todos os setores. A proposta da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) reajusta seus serviços entre 20% e 25%. Os reajustes de energia elétrica e dos serviços dos Correios devem ser anunciados neste mês ou no início de outubro. O governo precisa equilibrar os reajustes de todos os setores com a necessidade de aumento dos combustíveis e também com o dissídio dos funcionários da Petrobrás. Antes da saída do ex-secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, José Milton Dallari, os produtores de açúcar e álcool tinham como certo um novo aumento até 20 de setembro. O setor já recebeu reajuste de 12% sem repasse dos custos ao consumidor. Os usineiros reivindicam mais 29,04% de aumento. A defasagem acumulada nas tarifas telefônicas nacionais desde o Plano Real -julho de 1994- até agosto chega a 18,70%, conforme estimativas do setor. Em julho, os custos aumentaram 17,48% desde o real, segundo a FGV (Fundação Getúlio Vargas), contra uma variação do Índice de Preços ao Consumidor em 36,67%. Os itens que devem pesar no cálculo dos custos do Sistema Telebrás em agosto são serviços de terceiros e despesas com material. O governo tem duas opções no caso das tarifas telefônicas: ou acaba com o subsídio à assinatura básica (ligações locais) ou autoriza um reajuste com base nos custos. Hoje, a assinatura básica custa R$ 0,44 ao consumidor e dá direito a 90 ligações locais por mês. Em 1974, a assinatura básica custava US$ 4. Para privatizar as telecomunicações, o governo terá que acabar com o subsídio. Texto Anterior: Ainda a modernidade Próximo Texto: Sistema de cotas de importação para a Zona Franca pode ser revisto Índice |
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