São Paulo, sexta-feira, 8 de setembro de 1995
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Organizadas fazem 'pente fino' em sócios

DA REPORTAGEM LOCAL

A Atoesp (Associação das Torcidas Organizadas de São Paulo) vai voltar a existir na próxima semana e sua primeira medida será centralizar todas fichas de inscrição dos associados.
Além do maior controle sobre os torcedores, o objetivo é evitar a migração de integrantes violentos de uma torcida para outra.
A Atoesp vai se reunir na terça-feira para eleger a diretoria da associação, que ainda procura escritório no centro de São Paulo.
Anteontem, os líderes de torcidas foram à Federação Paulista de Futebol e se reuniram com o presidente em exercício da entidade, Rubens Approbato Machado.
Eles comunicaram a Approbato que a partir de agora toda camiseta de organizada terá o símbolo da Atoesp.
Segundo as torcidas, isso evitaria o uso de camiseta falsificadas por parte de torcedores violentos que quiserem se acobertar nas uniformizadas.
"O grande erro das organizadas foi ter fechado a Atoesp no começo da década de 80. Agora, vai voltar a haver um controle sobre as torcidas", disse o Cláudio Romero, presidente da torcida corintiana Camisa 12.
Segundo ele, a entidade vai controlar e punir as torcidas e as diretorias infratoras. "Faltou uma vigilância entre as torcidas".
Sobre a pedido de extinção da maior organizada do Palmeiras, a Mancha Verde, feito pelo promotor do caso Pacaembu, Romero disse que a Justiça, antes de acabar com as torcidas, devia discutir com todas as partes envolvidas.
"Temos que reunir representantes de clubes, federação, torcidas, Justiça e imprensa para sugerir soluções contra a violência nos estádios", disse Romero.
As torcidas reagem à pressão que estão sofrendo após o conflitos entre palmeirenses e são-paulinos, dia 20 de agosto, no Pacaembu, que resultou em uma morte.
Respondendo à aproximação das torcidas, a Federação Paulista reúne nesta segunda-feira representantes dos cinco maiores clubes de São Paulo e da própria entidade, Marco Paulo del Nero.
Eles vão formar a Comissão Permanente de Combate à Violência, que ouvirá todas as partes envolvidas no assunto e apresentará um documento propondo medidas antiviolência.

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