São Paulo, sábado, 9 de setembro de 1995![]() |
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País investe menos em saúde do que Panamá e Costa Rica Grupos privados atendem cerca de 37 milhões de pessoas ANA MARIA MANDIM
O economista André Médici, 39, consultor do Banco Mundial na área de saúde e autor do livro "Economia e Financiamento do Setor de Saúde no Brasil, publicado pela USP (Universidade de São Paulo), prevê a "progressiva asfixia do SUS (Sistema Único de Saúde, pelo qual o governo federal paga o atendimento prestado por hospitais e ambulatórios) se o problema do financiamento não tiver uma solução estrutural. "Isso dependerá de um pacto social como o que os países desenvolvidos fizeram entre 1950 e 1970, quando aumentaram significativamente seus gastos em saúde pública, afirma. "O Brasil, que se encontra hoje naquele patamar, deve fazer o mesmo, ou estará condenando mais de dois terços de sua população a ficar sem atendimento médico. Embora tenha um Produto Interno Bruto (PIB, soma de produtos e serviços produzidos no país) por habitante superior ao de Argentina, Uruguai, Costa Rica e Panamá, o Brasil gasta menos em saúde pública do que esses países, segundo estudo do Banco Mundial divulgado em março deste ano. Em termos de percentagem do PIB, perde também para Chile e México. Só ganha da Venezuela. A perda de qualidade no atendimento médico no Brasil aparece em estatísticas elaboradas por Médici: em 1980, o gasto público per capita em saúde era de US$ 78,58; em 1993, caiu para US$ 65,40. Ao longo dos últimos 15 anos, o Brasil nunca conseguiu ultrapassar a marca dos US$ 100 per capita. O pico foi atingido em 1989, com US$ 95,60. Médici é favorável à criação da CPMF (Contribuição Provisória sobre a Movimentação Financeira), proposta pelo ministro da Saúde, Adib Jatene. Texto Anterior: Sem imposto, Serra ameaça verba da Saúde Próximo Texto: Serra contraria Incra e reduz à metade gasto com assentamentos Índice |
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