São Paulo, domingo, 10 de setembro de 1995
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Prefeitura estatiza vacas e privatiza servidores

DO ENVIADO ESPECIAL

Para chegar a seu modelo de "democracia caipira", a Prefeitura de Campina de Monte Alegre (SP) tornou as vacas públicas e "privatizou" os funcionários.
Cerca de 40 vacas e bois formam a Fazenda da Prefeitura, um terreno herdado do município de Angatuba, de quem o ex-distrito de Campina se desmembrou para virar município.
Com as vacas públicas, o Conselho da Saúde, uma espécie de secretaria comandada por líderes comunitários, distribui até 380 litros de leite por dia para famílias que têm filhos com menos de cinco anos de idade.
Além do leite, o sistema de saúde da prefeitura faz um acompanhamento de visitas médicas a todas as crianças da cidade. Há uma ficha com a situação de cada uma delas.
Médico cubano
Para comandar esse serviço, a prefeitura contratou, também de forma terceirizada (sem vínculo trabalhista direto), um médico cubano, Amado Ramon Toledo Oquendo, 37.
Ele implantou no município o modelo de saúde semelhante ao que o presidente Fidel Castro adotou em Cuba. "Nossa meta é buscar modelos que deram certo em qualquer lugar do mundo, sem preconceitos", disse o prefeito.
Refugiado político, Oquendo já estava do Brasil. Veio de Cuba há dois anos para morar na cidade de São Paulo.
Ele acha que o trabalho feito em Campina vai ser imitado brevemente por outros municípios.
O projeto ataca, como prioridade, a desnutrição infantil, com acompanhamento minucioso do crescimento das crianças.
Além do Conselho da Saúde, a administração da cidade tem mais oito grupos para substituir as secretarias convencionais que existem nas demais prefeituras.
Os conselhos são coordenados pela administradora pública, Ademara Peres do Amaral, 22.

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